26 de abril de 2009

É mágoa. E eu quero dizer de antemão: se eu te encontrar, saiba que estou com três pedras na mão. Ontem eu saí por aí procurando uma contramão, e acabei chegando na sua rua. Enquanto tentava achar sua janela, lembrei do nosso combinado de cada um ficar na sua, mas a saudade realmente me tirava a consciência. Foi nesse mesmo instante que eu atirei uma pedra na sua janela e corri por arrependimento. Era o medo de te acertar que me apavorou, mas em meio a todo o torpor, minha intenção era te acertar, e disso eu quase me esqueci. Atirei outra pedra na sua janela, uma que não fez o menor ruído. Não quebrou, não rachou, não deu em nada, então pensei que talvez você esteja tentando me esquecer. O que eu não consegui foi te acertar o coração, pois pelo tanto que eu tinha sofrido, eu já era o meu próprio alvo. Minha raiva quase transpassou a espessura do seu vidro, junto com essa mágoa que tomou conta da minha vida. E se você me viu, saiba que eu chorei apenas água com sal. Os meus olhos vermelhos estavam de volta, ali na sua frente. Se desse um vento, seria maremoto. É mágoa.

Um comentário:

Comunicação disse...

É mágoa, adoro, jogaria milhares de pedras, jogo se puder, e me descontrolo mesmo! Um beijo de loucura em nós! Adoroooo!